terça-feira, 21 de julho de 2015

Sonho

Lembrei-me agora...assim...de repente.
Estamos na casa da aldeia, onde há uma grande mesa de madeira velha.
À chaminé a lenha estala e as labaredas sobem coloridas e brincalhonas.
Há mulheres em volta do fogão, onde há pouco me encontrava, e da mesa que ainda está posta. Há muita conversa e gargalhadas. As crianças estão animadas, têm as faces coradas pelo calor da lareira e pela felicidade que paira no lugar.
Já é noite...não sei quantas horas...ouvi há pouco o sino da aldeia mas não contei as badaladas. Também não interessa...não tenho nada melhor para fazer e não quero sair daqui...está quente e cheira a café e a bolos acabados de fazer.
Tu estás ali, naquela cadeira de que tanto gostas, a ler o teu livro. Tens aquela camisola preta e o casaco verde que te põe nos olhos aquela cor adocicada.
Chamas-me para mostrar qualquer coisa que acabaste de ler e achaste interessante...puxo o tapete, coloco a almofada aos teus pés e sento-me nela. Fico quieta a ouvir o que tens para me contar e tenho vontade de ficar ali para sempre, naquele lugar quente e com cheiro a café.
Lá fora começa a chover...ninguém se importa.
As mulheres continuam a tagarelar alegremente e as crianças continuam a sorrir de faces coradas.
De repente...de repente acordei.


Luzia Santos

Sem comentários:

Enviar um comentário