"…E aí, um Domingo, tem uma visão que nunca esquece, a de uma cidade puritana (Halifax ou Lunenberg), silenciosa, como adormecida no Senhor, toda de tijolo cor-de-rosa sob um céu cor de pérola, com fundas avenidas mais pensativas que as dos Elísios, onde os namorados passeiam, numa mudez de sombras, de dedos enlaçados, de pálpebras baixas, respirando sem outro desejo a flor da sua emoção. Quantas vezes Antero me contava dessa piedosa e suave cidade, e do longo apetite que ela repentinamente lhe dera de quietação eterna!"
Assim escrevia Eça de Queirós numa das suas notas contemporâneas, intitulada Um génio que era um santo, sobre Antero de Quental. Não resisti a trancrever esta pequena passagem tão cheia de "quietação".
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