sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Eduardo Lourenço


"Dividido em quatro partes, «Questão Cultural», «Questão Estética», «Questão Filosófica» e «Questão Política», Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa evidencia o imenso rasgão cultural produzido pela visão heterodoxa no seio da cultura portuguesa entre 1949 e 2000.
Eduardo Lourenço, então com 26 anos. O autor tem agora 55 anos, exilou-se voluntariamente de Portugal, ensinou na Alemanha, no Brasil, em várias cidades de França e escreveu cerca de meia centena de artigos avulsos, coligidos em vários livros.De proposta considerada fracassada pelo próprio em 1960, a visão heterodoxa, lançada inicialmente contra o domínio omnipotente das ortodoxias católica e comunista, demorou trinta persistentes e solitários anos a afirmar-se e a consolidar-se por via da criação de 1. - uma nova teoria da crítica literária, superando as metodologias biografistas de fundo psicológico, social ou estilístico; 2. - um novo desenho historiográfico das relações entre as duas mais importantes revistas culturais portuguesas da primeira metade do século XX, Orpheu e Presença; 3. - uma nova visão da poesia e do romance portugueses; 4. - uma nova definição do ser português marcado por um «irrealismo prodigioso» e uma «hipertrofia da identidade nacional»; 5. - uma crítica ferocíssima ao predomínio da razão clássica na filosofia em Portugal por via da influência de António Sérgio e da entronização cultural da «Filosofia Portuguesa» por Álvaro Ribeiro; 6. - uma nova teoria da representação, erigindo a «ausência de sentido» do ser, o «nada», e o «sentimento trágico» como motores do pensamento europeu contemporâneo. Finalmente, em 1978, todas estas teorias pessoais avulsas se cruzam para dar origem a Labirinto da Saudade, um dos mais importantes livros sobre cultura portuguesa publicados no último quartel do século XX. "
Fnac

Sem comentários:

Enviar um comentário